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21/12/2018
Retrocesso | Confira a posição da Fundação sobre a Lei que libera o consumo de bebidas nos estádios
Diza Gonzaga | presidente
Retrocesso!
 
Lamentavelmente, no apagar das luzes dos trabalhos da Assembleia Legislativa de 2018 nossos deputados prestam um desserviço à sociedade gaúcha e a vida. A aprovação do projeto que libera o consumo de bebidas nos estádios é um retrocesso para o estado e para todos àqueles que, acima dos interesses econômicos, defendem a vida como prioridade nas políticas públicas.
 
O projeto de autoria dos Deputados Gilmar Sossella e Ciro Simoni, aprovado por 25 parlamentares nesta última terça-feira, vai na contramão de todos os movimentos pela restrição do consumo de bebidas alcoólicas, que gera incontáveis prejuízos à vida e à saúde pública. É de conhecimento dos srs. que o álcool é responsável por inúmeras  doenças, além de ser motivador da violência, entre elas a violência doméstica contra mulheres e crianças, além  de estar presente em cerca de 78% dos acidentes de trânsito com mortes e lesões graves. 
 
Buscamos na justificativa do projeto alguns dos argumentos dos autores e encontramos o seguinte parágrafo: “a comercialização de bebidas seria mais uma maneira de aumentar a arrecadação, principalmente, das combalidas equipes do Interior. Portanto, o ato de proibir o consumo não impede a violência. Essa é impedida com educação, vigilância e penalização dos envolvidos em tais atos”.
 
Está claro na justificativa dos autores que os interesses que movem o projeto são meramente econômicos, para atender aos interesses de empresas de bebidas e aos clubes, que ao invés de gerar receitas através do esporte, que é a sua natureza de ser, buscam na comercialização de bebidas uma fonte de renda. Infelizmente transformam-se em “bares” com o futebol de atração. Será que transformar os estádios em espaços “não seguros” para famílias e principalmente crianças é uma boa estratégia de sobrevivência?
 
Aonde iremos parar se as instituições que passam por dificuldades financeiras no Brasil transformarem a bebida alcoólica em fontes de renda?
 
Os autores são afirmativos no texto: “ato de proibir o consumo não impede a violência”. Lamentamos que um dos signatários do projeto seja um médico, que inclusive foi secretário da saúde do estado do RS. Porém, é do conhecimento dos deputados que as estatísticas são favoráveis a lei anterior, e demonstraram que houve considerável redução da violência nos estádios, que segundo dados da BM foi de 70%.  E, certamente sabe mais ainda o deputado médico Ciro Simoni que o “melhor remédio” é a prevenção, que essa cultura de tratar a consequência e não a causa, é geradora de problemas de saúde pública no Brasil. Restringir o consumo de bebidas não impede a violência, mas a evita senhores deputados!
 
Nós, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, lamentamos a decisão de nossos deputados estaduais. Lamentamos que interesses meramente econômicos se sobreponham aos da vida, da segurança e da saúde de nossa população.
 
Esperamos que o governador não acompanhe esse “pensamento” e priorize os interesses da população vetando o projeto, e que a Assembleia reveja essa lamentável decisão. Só assim poderemos sonhar que os estádios venham a ser ambientes seguros, e que “todos” possam voltar para suas casas em segurança ao final de um evento esportivo.
 
A Vida em primeiro lugar senhores Deputados, pois a VIDA não pode esperar!
 
Diza Gonzaga
Presidente da Fundação Thiago Gonzaga
 
* este manifesto foi enviado aos Deputados Estaduais do Rio Grande do Sul.

 

 

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